segunda-feira, 30 de outubro de 2006

crônica

Quem foi que nunca escutou aquela crônica,
menino e avô conversando, daí o menino pergunta
o que se deve fazer para alguma coisa ser para sempre...
o avô diz a ele para pegar um pouco de areia na mão,
fechar com muita força: a areia saiu pelos buracos.
Depois ele mandou que o menino abrisse a mão, o vento
levou; depois para fechar a mão, levemente, desta vez
a areia ficou na mão do garoto. O avô disse que aquele
era o segredo, não podia prender de mais uma pessoa,
nem deixar a pessoa solta de mais, tinha de dar liberdade
a esta pessoa de ir e vir, se ela fosse e não mais voltasse,
não era pra ser, se ela retornace, ai sim.
É assim que me sinto, a espera de alguém. Juro que vendo
agora acho que não fiz muita coisa, acho que eu posso, sim,
ter ensinado algumas coisas a esta pessoa, mas não acho que
eu tenha sido bom o bastante para deixar saudades a ponto
de ela voltar. Talvez algumas horas eu tenha, sim, segurado
da forma certa, mas acho que na maior parte do tempo ou foi
forte de mais, ou deixei aberto demais.
Os erros não foram só meus, mas só posso culpar a mim mesmo
por ter perdido alguém que tanto amo.
Ahhh se fosse hoje, não acho que mudaria muito mais, nem seria
tão diferente, mas daria mais valor a algumas coisas, mandaria
flores, seria um tanto mais palhaço, adoraria dar um balão daqueles
bem piegas, de coração, num momento mais nosso e também numa
volta no parque ou mesmo no carro. Daria mais beijos, faria mais
cocegas, ahhhh até beijos lambrecados seriam mais constantes, será
que assim seria pra sempre...?

Um comentário:

Anônimo disse...

" se ela fosse e não mais voltasse, não era pra ser, se ela retornace, ai sim...

O texto responde sua pergunta final por si só ;)

Não precipite as coisas...
Podemos, também, abrir a mão de uma vez só, e toda areia cair no chão...

Pense nisso...
;****